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quinta-feira, 28 de julho de 2011

GAINSBOURG - O HOMEM QUE AMAVA AS MULHERES

Mais um texto meu publicado no Style-a-Holic :)
Dessa vez, uma resenha sobre o filme Gainsbourg – o homem que amava as mulheres; de Joann Sfarr.


Gainsbourg – o homem que amava as mulheres (2010), não é um candidato a agradar a todos os fãs de Serge Gainsbourg; mas talvez pretenda atender aos desejos de um fã em especial, seu diretor, o francês Joann Sfarr.
No seu primeiro trabalho para o cinema, Sfarr – conhecido autor de graphic novels – se afasta da receita de um roteiro engessado e fiel à vida do músico francês para se render a uma forma apaixonada e imagética de contar sobre Gainsbourg.
Por isso, não espere algo nos moldes de uma clássica biografia, ou ainda rastros de um documentário sobre mais um grande nome da música mundial. Não é bem assim.
Logo nos primeiros minutos vemos de qual fonte o diretor bebeu. Seus desenhos e linguagem cartunesca são os elementos que temperam de forma lúdica todo o filme. Como ele faz isso? O Gainsbourg de Sfarr é acompanhado, desde menino, por duas figuras que parecem ter pulado de um livro infantil; proporções  gigantescas e detalhes indesejáveis que se tornam mais que visíveis são algumas características. Um dos personagens fica durante a infância e ajuda o protagonista a rir de suas tempestades (o músico era de família judia e vivia numa França ocupada por nazistas); o outro simplesmente aparece em um momento na vida adulta e não desgruda mais, agindo como um alter-ego mais malvado. Cenas de vôo pelos telhados de Paris e enormes repolhos crescendo na cabeça do protagonista também são outras boas viagens de Sfarr.
A história segue e é embalada pelas grandes conquistas amorosas de Gainsbourg; mulheres como Juliette Gréco, Brigitte Bardot e Jane Birkin. Entre uma beldade e outra: cigarro, cigarro, álcool, música e cigarro. Bem menos real que sua vida de excessos. Mas o diretor prefere apresentar um recorte que realça o lado Don Juan de seu herói; sua sedução quase inexplicável (dizem que era feio demais, mesmo pro mais charmoso dos rapazes); e ignora seu lado mais polêmico. Se esquece, ou finge se esquecer da bissexualidade; escândalos e mega-escândalos, como rumores de  atitudes um tanto quanto incestuosas; fracassos e outros vícios mais graves.
Nos créditos finais, Sfarr se explica e diz amar muito Gainsbourg para trazê-lo à realidade e, ainda, que não são suas verdades que lhe interessam, mas sim suas mentiras. No final das contas, a justificativa do diretor cabe muito bem para explicar o filme: uma homenagem de um grande fã a seu maior ídolo e sua vida heróica, digna das mais lúdicas fantasias.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

JULIA POTT

Julia Pott faz justamente o que eu gostaria de fazer, mas não consigo - pelo menos não sóbria e concentrada. Depois tem o fato de que a idéia brilhante ela já teve, e eu no máximo poderia ter sonhos (que obviamente ficariam presos no meu inconsciente) com algo parecido; mas nunca de fato colocar no papel.


Dos seus desenhos, tenho vontade de tatuar pelo menos uma meia dúzia. Mas daí me faltam coragem e investimento. 






quarta-feira, 13 de julho de 2011

UM EMPURRÃOZINHO PARA COMEÇAR A SE APAIXONAR POR PATTI SMITH

Um texto meu sobre a Patti Smtih foi publicado no querido Style-a-Holic hoje.
Aqui ele vai inteirinho, sem edição nenhuma. 



PARA SE APAIXONAR POR PATTI SMITH



Não vou mentir. Meu primeiro contato mais próximo com a obra e a história de Patti Smith foi justamente com seu primeiro blockbuster literário; Só Garotos  – lançado no final do ano passado aqui no Brasil. Não duvido que assim como eu, muitos dos que lêem esse texto tiveram uma experiência parecida. Mesmo que eu já tenha considerado essa experiência tardia, acho que talvez ela não teria sido a mesma se não fosse pelo livro, e certamente agora eu não estaria tão envolvida com tudo que trata da cantora e escritora norte-americana.

Comprei o livro, incentivada pelo alarde que ele ganhou nas redes sociais, mas, principalmente, por uma matéria do jornalista Thales de Menezes, que ganhou capa do caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo - e que além da resenha e apaixonada crítica ao livro, mostrava também uma entrevista com a cantora. Lembro que a primeira coisa que gostei muito foi a foto da capa. Mais tarde eu leria o trecho no qual Patti conta do dia dessa foto e o guardaria também pra mim.

Fui toda estúpida, boba e crua pra receber as lembranças mais queridas e apaixonadas da cantora. Confirmo, foi a melhor forma de começar a conhecer seu universo. 

Patti levou vinte anos para escrever Só Garotos. Memórias ainda vivas, anotações, cartas e textos antigos foram organizados para contar a estória de vinte e dois anos de amor e amizade com o fotógrafo, também norte-americano, Robert Mapplethorpe; abrigada em um cenário fascinante; a Nova York da década de 1970, borbulhando arte e música. Escreveu tudo a mão – li que costuma escrever sempre assim, e que tem hábito de escrever todos os dias desde que se lembra.

Não sou de devorar livros em pouco tempo. Raramente não consigo acabar dormindo; sempre leio deitada, com luz baixa. Com esse livro, me preparava para não deixar o corpo cair no colchão; deixava a luz radiante no rosto e em duas madrugadas terminei tudo. Senti a velha e ordinária sensação de que tantos falam; fiquei órfã quando o texto acabou.Também não sou de reler nada, no máximo crônica ou poesia, e ainda assim só as preferidas. Depois de uma semana resolvi pegar o livro de novo. Dessa vez quis lê-lo devagar, para durar mais mesmo. Duas semanas depois eu tinha a mesma sensação da primeira leitura.

Os relatos de Patti são cheios de detalhes deliciosos, que deixam o texto mais perto do leitor e o faz recordar com a autora cada lembrança ali revelada. Gosto especialmente da forma como ela prepara a cena para as próximas linhas e descreve graciosamente imagens, sons e, ainda, consegue se lembrar exatamente das roupas que os personagens usavam nos dias contados. “Eu estava com um vestido marinheiro de bolinhas pretas, um longo de viscose, e chapéu de palha, meu figurino de Vidas Amargas” (p. 103) , “Em um dia de veranico vestimos nossas roupas favoritas, eu com minha sandália beatnik e uma velha echarpe, e Robert com suas amadas miçangas e o colete de ovelha”(p. 50)

Só Garotos é um ótimo primeiro passo para quem quer conhecer mais de Patti Smith, pra quem gosta de música e arte – principalmente as daquela época - ou pra quem procura uma estória inspiradora. Depois dele, prometo que algumas boas vontades vão instigar sua cabeça. Por exemplo, o livro para mim também foi um atalho para me interessar mais por alguns nomes que estão lá, sejam eles de personalidades como Bob Dylan, Andy Warhol ou Edie Sedgwick, e até mesmo movimentos e grupos, como os punks, a pop art, a cultura beatnik ... Conhecer o trabalho de Mapplethorpe é um dos interesses inevitáveis que você pode vir a ter; e logo também corre o risco de se encantar.

Na minha procura por mais de tudo isso, acabei lendo Mate-me, por favor (2004), de Legs McNeil e Gillian McCain . O livro é quase um almanaque do punk; cheio de entrevistas feitas de 1960 até meados de 1980 com grandes nomes do movimento. São dois volumes. Se você gostar do livro de Patti, tem grandes chances de se interessar por esse.

Outro material riquíssimo e belíssimo é Dream of Life – documentário de Steven Sebring, mostrando todas as melhores facetas de Patti Smith. O documentário de Sebring acompanha a artista ao longo de 11 anos através das suas sessões de spoken word, shows, entrevistas, pinturas, rabiscos e fotografias.

Pronto, agora não existe mais desculpa para começar a se apaixonar por Patti Smith :)  



segunda-feira, 11 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Virginia



Mantra woolfiano para receber o segundo semestre de 2011:


"Nada mais temas, diz o coração no corpo; nada mais temas"